A segurança é um aspecto primordial no desenvolvimento e manutenção de qualquer empreendimento rodoviário. As concessionárias brasileiras, por exemplo, investem grandes quantias em campanhas de conscientização a motoristas e pedestres para prevenção e redução de acidentes nas vias. Além das práticas de segurança que podem – e devem – ser aplicadas pelos motoristas, há também medidas relacionadas à estrutura das rodovias que, com base em estudos e análises específicas, podem ser aplicadas para reduzir os riscos de acidentes.
De acordo com um levantamento da Polícia Rodoviária Federal, só em rodovias federais foram registrados 89.318 acidentes graves em 2017. A principal causa está relacionada à falta de consciência de segurança dos usuários, mas o nível de segurança de uma estrada depende também de sua construção, manutenção e operação. Uma rodovia segura, por possuir os dispositivos adequados de proteção, pode reduzir ainda mais a ocorrência de acidentes.
Veja abaixo alguns dos diversos elementos que, se empregados corretamente, conferem maior segurança aos motoristas nas rodovias:
1. Projeção de curvas
Durante a elaboração de projetos rodoviários, uma série de estudos realizada por equipes de engenharia determina a velocidade recomendada nas curvas para evitar, entre outros fatores, derrapagens e tombamentos de veículos. Uma curva não projetada corretamente pode ser a causa de acidentes graves, por isso é importante contar com profissionais qualificados para essa função. Além de reforço na sinalização em pontos de curvas acentuadas, obras corretivas em curvas onde há alto índice de acidentes também são indicadas.
2. Pavimentação
Com mais de 1,7 milhão de quilômetros de extensão, a malha rodoviária brasileira é responsável por 95% do transporte de passageiros e 61% do transporte de carga. A utilização em ampla escala dessas rodovias requer que a pavimentação tenha alta durabilidade e a manutenção adequada para assegurar que o fluxo intenso, pesado e constante de veículos ocorra com segurança. O bom pavimento permite menores distâncias de frenagem, evita efeitos como a aquaplanagem e pode proporcionar maior visibilidade ao motorista – pavimentos de concreto, por exemplo, são mais claros e produzem maior contraste quando está escuro, facilitando as viagens noturnas.
3. Sinalização e iluminação
A sinalização é o principal meio de comunicação entre a rodovia e seus usuários e, como qualquer “diálogo”, deve ser direta e de fácil compreensão. A falta de sinalização ou sua implementação incorreta pode gerar acidentes. O desenvolvimento de empreendimentos viários consiste também em verificar quando e onde devem ser aplicadas sinalizações horizontais (no pavimento), verticais (placas) e dispositivos auxiliares, como tachões reflexivos.
Além disso, a iluminação também é aliada da segurança. Sistemas anti-ofuscamento são extremamente importantes para reduzir o ofuscamento dos motoristas provocados pelos faróis dos carros que circulam no sentido oposto. Para isso, é necessário vedar ou difundir a luz que vem da pista contrária, o que pode ser realizado por telas de aço soldadas, redes de poliéster, lamelas verticais ou até mesmo pela própria vegetação.
4. Controle de tráfego
Não é só no pavimento e na estrutura da rodovia que se podem empregar medidas de segurança. Há também uma série sistemas que gerenciam e controlam os serviços e equipamentos para permitir o fluxo seguro das rodovias, como radares (controle de velocidade), call boxes (sistemas de telefonia de emergência), redes de comunicação, programas de simulação de tráfego, painéis de mensagens, registradores de infrações, entre outros.
5. Manutenção
O tráfego nas rodovias e o consequente desgaste causado pelo fluxo de veículos são que devem ser sempre acompanhados pelas concessionárias para verificar a necessidade de manutenção nas rodovias. A análise constante dos fatores descritos acima representa um grande pilar para evitar que as estradas apresentem problemas como falta de sinalização, buracos e outras patologias no pavimento.
Fonte: Dynatest