Com seis meses desde o início dos trabalhos, em janeiro deste ano, as obras de requalificação da BR-316 já começaram em seis das 26 estações de passageiros previstas ao longo da rodovia (serão, ao todo, 13 em cada sentido da pista); nos dois terminais de integração, em Ananindeua e Marituba; e na construção do Centro de Controle Operacional (CCO), localizado no complexo da Polícia Militar, na Avenida Augusto Montenegro. Os próximos passos serão o início da retirada efetiva das interferências localizadas nos 10,8 quilômetros da obra (como redes de água, de energia elétrica e cabeamentos de empresas de comunicação) e implantação da nova drenagem, que acabará com os pontos de alagamentos que foram verificados hoje nas pistas.
Segundo o diretor-geral do Núcleo de Gerenciamento Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), Eduardo Ribeiro, os primeiros seis meses de serviços ficaram limitados por conta das fortes chuvas que atingiram a Região Metropolitana de Belém nesse período. Em função disso, etapas como grandes escavações e os trabalhos de terraplenagem e drenagem não puderam ser executadas. A concentração deu-se, então, nas chamadas obras civis, como a construção das estações de passageiros ao longo da BR-316 e dos dois terminais de integração.
Mesmo com essas dificuldades iniciais, o NGTM, que é o órgão estadual responsável pelo projeto, acredita que o prazo final da obra, previsto para o segundo semestre de 2020, será cumprido. “Só vamos poder entrar efetivamente nas pistas da BR-316 quando a drenagem estiver sendo feita, porque vamos trabalhar em paralelo. Serão, ao todo, mais de 20 quilômetros de drenagem, dos dois lados da pista. Hoje, nós estamos com um pequeno atraso, mas vamos fazer o possível para recuperar o tempo que o inverno forte nos tomou”, explica.
A obra – A requalificação da BR-316 transformará a via em uma avenida moderna. Serão implantadas pistas para veículos com três faixas de rolamento com pavimento flexível nos dois sentidos; uma faixa em cada sentido exclusiva para o BRT (Bus Rapid Transit); duas ciclovias, sendo uma em cada sentido; gramado próximo à ciclovia; calçadas arborizadas; faixa de piso tátil; rampas de acessibilidade e mobiliário urbano e paisagismo.
Também serão instaladas, ao todo, 26 estações de passageiros (13 em cada sentido); os dois terminais de integração (Ananindeua e Marituba); 13 novas passarelas; quatro túneis de acesso do BRT; o Centro de Controle Operacional; quatro túneis de acesso subterrâneo aos terminais e o viaduto de Ananindeua, que permitirá a ligação direta entre as áreas ao sul da BR, como os conjuntos Julia Seffer e Aurá até o Conjunto Cidade Nova.
“Com a obra, o ônibus metropolitano, ou seja, o BRT Metropolitano, vai levar, por exemplo, o passageiro de Benevides ou Marituba até o centro de Belém em uma viagem que poderá ser feita em no máximo 25 minutos, de uma maneira muito mais rápida, segura, com conforto e por meio de um bilhete único. E, futuramente, haverá também a integração com o BRT municipal de Belém, o que poderá levar esse mesmo passageiro até Icoaraci, via Augusto Montenegro. Do ponto de vista da mobilidade é, sem dúvida, um grande avanço para Região Metropolitana de Belém, uma obra que já não poderia mais ser adiada, pois, a cada ano que passa, o projeto se tornaria mais difícil e mais caro”, ressalta o engenheiro Eduardo Ribeiro.
Empregos – De acordo com o diretor-geral do NGTM, a obra já está gerando cerca de 500 postos de trabalho diretos e indiretos. No pico da obra, que se dará nos próximos meses, a estimativa é empregar mais de 1,3 mil trabalhadores em diversas áreas. Essas contratações são feitas por meio do Sistema Nacional de Empregos (Sine) responsável pelo cadastro e seleção dos profissionais. Além disso, o governo está priorizando mão de obra local, daqueles que moram na Região Metropolitana de Belém.
Pessoas como o ajudante geral Clemildo Madeira, de 41 anos. Morador de Marituba e trabalhador da construção civil desde o início da vida profissional, ele estava desempregado há um ano e meio quando foi chamado para integrar a equipe da obra. Casado e pai de três filhos – um dos quais prestes a nascer nos próximos dias –, Clemildo conta que estava sobrevivendo de “bicos” desde que havia sido demitido do último emprego. “A situação estava muito complicada, até que eu fiz o meu cadastro no Sine e fui chamado. Hoje, graças a esse trabalho, posso levar o pão de cada dia para casa e criar os meus filhos com dignidade”, comemora.
A mesma situação era a do pedreiro Sidnei Marques, de 43 anos. Ele também estava desempregado e a obra da nova BR está ajudando a melhorar a vida. Pai de quatro filhos e morador de Ananindeua, Sidnei quer seguir na obra até o final do projeto. “Foi uma grande oportunidade, não só pelo trabalho em si, mas também porque estamos contribuindo para uma grande obra, que vai mudar a cara de Belém e dos municípios próximos”, orgulha-se.
Fonte: Agência Pará