Testes realizados nos Estados Unidos permitem que CCR saia da condição de base ou sub-base para a de leito em estradas e avenidas
Com a ajuda de novos aditivos criados pela indústria química norte-americana, está em desenvolvimento uma nova geração de concreto compactado a rolo (CCR) para pavimentos. O objetivo é que o CCR, costumeiramente usado como base ou sub-base para receber a camada definitiva para o tráfego de veículos, possa, ele mesmo, servir de acabamento final para avenidas e estradas em que o pavimento é de concreto.
O primeiro trecho em teste tem cinco quilômetros e está localizado na cidade de Walla Walla, no estado de Washington-EUA. Na região há uma empresa que faz locação de máquinas pesadas, e que a cada seis meses precisava restaurar o pavimento asfáltico entre a sede e a rodovia mais próxima para permitir o tráfego de seus veículos. Como a manutenção tornou-se muito cara, a empresa encomendou uma solução à indústria de concreto local.
Coincidiu que a indústria química vinha trabalhando em dois produtos para dar um novo status ao CCR, transformando-o em pavimento de concreto compactado (CCP, da sigla em inglês). Um dos aditivos é o ACEiT Plus, um pó adicionado ao Cimento Portland a ser usado na produção do concreto. O outro é o ACEiT Blue, um líquido pulverizado sobre a superfície do CCR logo que ele sai da máquina pavimentadora.
O pó estabiliza a umidade, reduz a viscosidade e administra a hidratação do concreto para que ele possa passar pela pavimentadora com mais fluidez. Assim que sai da máquina e recebe o ACEiT Blue em sua superfície, o concreto pode ser compactado pelo rolo imediatamente. Os aditivos testados permitem que as características de concreto seco do CCR se adaptem para receber acabamento final, sem comprometer a durabilidade do material.
Pavimento dispensa juntas de dilatação
O pavimento de concreto compactado que foi aplicado no trecho de cinco quilômetros tinha uma camada de 18 centímetros de espessura. As resistências à compressão registradas variaram de 4600 psi (31,7 MPa) nos primeiros quatro dias a 6340 psi (43,7 MPa) em 28 dias. “Talvez estejamos mudando o conceito de pavimento em concreto, criando um pavimento mais barato e mais fácil de ser aplicado”, diz Pete Reed, porta-voz da Wm. Winkler Co., empresa responsável pela obra no traçado experimental.
A pavimentação ocorreu em junho de 2017 e tem sido monitorada mensalmente. Uma das preocupações era com a chegada do inverno, já que o CCP dispensa juntas de dilatação e os projetistas não sabiam qual seria o comportamento do piso. “O resultado é um pavimento de concreto que mostrou ter alta flexão e resistência à compressão, além de excelente resistência ao congelamento-descongelamento, com boa permeabilidade”, completa Pete Reed.
Fonte: Cimento Itambé