De todos os itens da pauta de prioridades colocados à mesa tanto do governo federal, quanto em âmbito estadual, o que trata da infraestrutura de transportes é aquele capaz de atender mais rapidamente as demandas pela retomada do desenvolvimento socioeconômico. Confira matéria do Sindicato dos Engenheiros sobre o tema.
De todos os itens da pauta de prioridades colocados à mesa tanto do governo federal, quanto em âmbito estadual, o que trata da infraestrutura de transportes e seus imprescindíveis investimentos é aquele capaz de atender mais rapidamente as demandas pela retomada do desenvolvimento socioeconômico.
Por atacarem diretamente os gargalos logísticos e contribuirem tanto na ampliação da competitividade e dos lucros das empresas, quanto no escoamento das safras, na circulação eficiente de pessoas e mercadorias com conforto e segurança, a conclusão imediata de projetos em execução e o lançamento de novos investimentos se tornam bandeiras indiscutivelmente capazes de fazer convergir todos os interesses e esforços pessoais e institucionais.
Como sempre, o Sindicato dos Engenheiros mantem o tema entre as principais sugestões apresentadas aos candidatos ao governo do Estado, incluindo o agora governador Eduardo Leite, nas reuniões realizadas no SENGE no período que antecedeu as eleições gerais de 2018.
Transportes como garantia de mobilidade e de acessibilidade foi tema de artigo publicado na edição de outubro passado da Revista O Engenheiro, assinado pelo engenheiro Mogli Veiga, membro do Conselho Técnico Consultivo do SENGE. Mogli aponta para a grande concentração populacional e de atividade econômica concentrada no eixo Região Metropolitana de Porto Alegre e Serra que, por consequência, apresenta os maiores desafios a serem superados. O engenheiro sugere a implantação de um Arco Metropolitano a partir de trechos rodoviários que venham a retirar o tráfego pesado e de passagem pela Capital.
A manutenção e ampliação dos investimentos que garantam a conclusão de projetos em pleno andamento e, por isso, decisivos para o desenvolvimento do RS, é pauta de convergência para todos os gaúchos.
A construção da segunda ponte sobre o Rio Guaíba, apesar dos sucessivos atrasos, encontra-se agora em ritmo acelerado. Para Mogli Veiga, é um projeto que contempla a necessidade de um anel rodoviário a partir da estrutura já existente, pois une a BR 290 Norte-Oeste, a RS-118, a BR-448, a BR-386, o Polo Petroquímico e a BR-116 Norte-Sul. Por sua vez, a duplicação do trecho Guaíba-Pelotas da BR 116 segue em passos lentos pela falta de planejamento e de recursos por parte da União, se tornando mais cara e com diversos serviços já executados parcialmente perdidos.
Consultado pelo SENGE, o engenheiro e professor João Fortini Albano (UFRGS), especialista no setor, relaciona com preocupação a questão da conservação das estradas entre as principais demandas a serem resolvidas. Lembra que “superfície de rolamento em más condições aumenta o tempo de percurso e o custo operacional dos veículos, e contribui para a menor segurança dos usuários”. Albano aponta também como prioritária a dragagem do acesso ao Porto de Rio Grande e sugere a ampliação da Rodovia do Parque (BR 448) até o município de Portão.
Outro especialista consultado pelo SENGE, o engenheiro e professor Felipe Souza, também considera como prioritárias tanto a conclusão da Ponte do Guaíba, quanto da BR 116, mas lembra do Aeroporto Salgado Filho com ampliação de pista e do novo terminal (Fraport), bem como investimentos nos demais aeroportos metropolitanos como os de Caxias do Sul, Uruguaiana, Passo Fundo, entre outros. O engenheiro também recomenda atenção à necessária recuperação da malha ferroviária do Estado, e cobra a resolução da questão envolvendo os vagões problemáticos do Trensurb e modernização de suas estações.
Na pauta do governo do Estado, Felipe Souza espera que seja lançado em breve um novo plano de concessões envolvendo rodovias como a RS 287, a RS 324 e a RS 020. Lembra também a necessidade urgente de investimentos em acessos aos municípios, pavimentações e recuperação da malha rodoviária do Estado, bem como a recuperação de pontes e demais obras de arte nas rodovias estaduais, a partir da modernização e suporte ao DAER e AGERGS.
Souza recomenda também um estudo e decisão rápida quanto ao futuro da EGR, com o fortalecimento ou concessão dos trechos ao setor privado. Sugere a implantação do novo Plano Diretor de Transporte Coletivo do RS, aprovado em 2016, com modernização através de novas licitações de todas as linhas intermunicipais de ônibus e das estações rodoviárias. O engenheiro defende também a recuperação dos demais portos do Estado, como os de Porto Alegre e Estrela; a ampliação do transporte aquaviário no Rio Guaíba; a redução da circulação de ônibus no Centro de Porto Alegre; a implantação de plataformas logísticas RS e também mais investimentos nos aeroportos regionais.
Fonte e imagem: SENGERS