Dobrar a participação das ferrovias na matriz de transportes do Brasil. Essa é a meta do governo federal para o setor. De acordo com representantes do governo federal, a participação das ferrovias na matriz de transportes do País deve aumentar dos atuais 15% para 30% até 2025.
Entre os projetos propostos para o futuro estão a Ferrogrão e a Fiol; a Fico; a ferrovia Rio – Vitória; além das prorrogações da malha paulista e da estrada de ferro Carajás, estrada de ferro Vitória Minas, a MRS e a ferrovia Centro-Atlântica. Esses projetos deverão possibilitar o escoamento da produção agrícola, industrial e mineral, com maior rapidez e menores custos.
“Nós vamos criar competição e a participação do modo ferroviário vai sair dos atuais 15% pra quase 30%, em oito anos. Nós vamos começar a ver o trem passar com contêiner empilhado saindo de Goiás e indo para são Paulo, e no sentido oposto. No futuro, nós vamos sair da Zona Franca de Manaus e entregar a carga em Porto Alegre. Vamos ligar o Brasil por trilhos”, afirmou o ministro de Infraestrutura Tarcísio Freitas, durante a assinatura do contrato de concessão de trecho da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis. O trecho foi arrematado pela Rumo S.A. por R$ 2,7 bilhões. Dos 1.537 quilômetros concedidos, o tramo central da ferrovia, entre Porto Nacional (TO) – Anápolis (GO), com 855 quilômetros, está concluído. A expectativa é que o início da operação ocorra até o fim de 2019.
Plano Estratégico – Em Minas Gerais, que possui a segunda maior malha ferroviária do País, pouco atrás de São Paulo, o governo, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), lançou, no mês de agosto, o Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais (PEF), em mais uma iniciativa para ampliar os investimentos em infraestrutura no Estado.
O PEF será composto por um portfólio de projetos para a implantação e operação de uma nova estrutura ferroviária em Minas Gerais, com priorização de projetos. Como ponto de partida, será construído um diagnóstico do atual sistema ferroviário mineiro, de forma a serem definidas estratégias e construído um plano de investimentos que atenda à demanda do setor e da população mineira.
“Estamos falando de um conjunto de medidas estruturadas, racionalizadas para colocar Minas nos trilhos de uma vez por todas”, destacou o secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Marco Aurélio Barcelos. “É importante não só fazer este mapeamento da infraestrutura existente, mas também levantar como ela se desenvolveria, a partir da avaliação da demanda de carga e de passageiros. Estamos pedindo uma projeção até 2035”, explicou.
Entre os temas a serem considerados destacam-se a construção do Ferroanel de Belo Horizonte e dos contornos ferroviários em Montes Claros, Juiz de Fora, Divinópolis e Itaúna; a adequação de ligações ferroviárias em diversas regiões do estado, como na Serra do Tigre; conversão de linhas férreas desativadas para uso por transporte urbano de passageiros; e a implantação de serviços de transporte ferroviário regional de passageiros. Outros projetos serão mapeados durante a elaboração do PEF.
Corredor intermodal – Destaque nacional na produção de grãos, o Paraná também estuda investir no modo ferroviário. De acordo com estudos do Governo, cerca de 10 milhões de toneladas circularam pelas ferrovias paranaenses com destino aos portos do Paraná em 2018, contra 43 milhões de toneladas transportadas por caminhões, o que mostra o desequilíbrio no escoamento.
Para dar conta da crescente demanda da sociedade, do agronegócio e da necessidade de estruturar o Paraná como centro logístico da América do Sul, os investimentos a médio prazo preveem um corredor intermodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu, com previsão de contratação de projeto e Evetea (Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental) para este mês e lançamento do edital em 2021. A ligação está orçada em cerca de R$ 1,6 bilhão.
O projeto prevê o transporte por via fluvial e terrestre entre Foz do Iguaçu e Cascavel pela nova perimetral leste, parte do projeto milionário da segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai, além do transporte ferroviário, o que concretizará aumento expressivo da movimentação de trens e cargas no Oeste do Paraná, ampliando a geração de emprego e o PIB do Estado. A mudança no maior porto seco do País, em Cascavel, por onde transitam 150 mil caminhões por ano, permitirá integração inédita e rápida entre as três vias.
Capacitação profissional – A retomada dos investimentos em infraestrutura faz aumentar a procura por cursos de capacitação. A New Roads Consultoria realiza de 28 a 31 de agosto, em Brasília, o curso “Engenharia Ferroviária: Conceitos, elementos de projeto e estudos de casos”, com o Prof. MSc. Luiz Heleno Albuquerque Filho, um dos mais repeitados profissionais de engenharia rodoviária do País.
O treinamento é voltado para Empresas Construtoras; Empresas de Consultoria (fiscalização, supervisão e gerenciamento dos serviços); Dnit, DERs e Secretarias de Estado de Infraestrutura; Caixa Econômica Federal, BID e demais agentes financiadores de obras públicas; Controladorias Internas e Tribunais de Contas.
Segundo o palestrante, apesar dos recentes e importantes investimentos realizados pelo governo federal na implantação de hidrovias e ferrovias, em consonância ao planejamento e às diretrizes preconizadas no Plano Nacional de Logística e Transportes, a matriz de transportes brasileira é marcada pela concentração acentuada do modo rodoviário em relação aos demais modos no transporte de cargas e passageiros. “O equilíbrio da matriz de transportes e o consequente acréscimo de participação dos modos ferroviário e aquaviário constituem necessidades prementes do governo federal e devem ser priorizados nos próximos anos, contando inclusive com potencial aporte internacional de recursos financeiros, o que exigirá qualificação dos profissionais na área de engenharia ferroviária”, ressalta Luiz Heleno Albuquerque Filho.
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