Iniciadas em janeiro desse ano, as obras de requalificação da BR-316 serão finalizadas até o final de 2020. A confirmação foi feita na manhã deste sábado, 24, pelo governador Helder Barbalho, durante visita orientada pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), órgão estadual responsável pela execução dos trabalhos, acompanhado do vice-governador, Lúcio Vale, e do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), Daniel Santos. Embora os institutos de verificação de climatologia da região tenham apontado o último inverno como o mais rigoroso dos últimos 30 anos, o que acarretou em algumas mudanças no cronograma inicial, a expectativa é de que a rodovia esteja plenamente liberada para uso em novembro do ano que vem, entrando em pleno funcionamento também os terminais de integração de Ananindeua e Marituba, destinados ao transporte coletivo.
O ritmo de trabalho intenso deve, inclusive, puxar para cima os índices de geração de emprego e renda no Estado. Hoje são 650 postos diretos e indiretos, em nível superior, técnico e na construção civil, além da subcontratação de empresas paraenses em atividades de inteligência, engenharia, e de serviços terceirizados. Em três meses, quando os trabalhos devem alcançar o pico, a expectativa é de 1,3 mil empregos gerados somente dentro da obra.
Mudanças – Helder confirmou para o final do mês de setembro novas interdições motivadas pelo avanço dos trabalhos, na altura do KM 06, onde está sendo construído o túnel de acesso ao terminal de Ananindeua. O tráfego será remanejado para uma área de desvio que já está pronta. “Estamos trabalhando com muita responsabilidade para que não haja muitos impactos na vida das pessoas. Iniciamos no período invernoso, e minha recomendação foi de que só fizéssemos intervenções que afetassem diretamente a vida do usuário da BR ao momento em que o tempo pudesse estar melhor, já que boa parte delas não poderia ser feita enquanto estivesse chovendo”, explicou. “Isto acabou fazendo com que o cronograma necessitasse de readequação e a previsão que está estabelecida é que até novembro de 2020 nós estejamos com a BR toda pronta, adequada, integrada à vida da população”, reforçou o governador.
Para ele, trata-se de uma intervenção fundamental para organizar o fluxo da Região Metropolitana de Belém, adequando a principal via de acesso rodoviário à capital de forma eficaz, conciliando a mobilidade do veículo particular e do coletivo, garantindo condições do direito de ir e vir com agilidade e rapidez. “Estamos viabilizando um modelo que dá dignidade a quem precisa do transporte coletivo. Para isso, estamos construindo os dois terminais, fazendo as estações de passageiro no eixo central da BR, viaduto e túnel para interligação de todo o fluxo vindo de Ananindeua e Marituba, adequando a via com nova drenagem para não haver alagamentos, viabilizando passarelas adequadas à acessibilidade. Estamos garantindo qualidade”, avaliou.
Andamento – Eduardo Ribeiro, diretor do NGTM, confirmou que os prazos finais de entrega da Nova BR não serão afetados com as mudanças exigidas pelas condições climáticas. Neste momento, todo o projeto está em 7% de conclusão, com as obras civis no canteiro central e montagem das futuras estações de passageiros. Em seguida, o trabalhos serão focados em pavimentação e drenagens, e nos remanejamentos de interferências – redes e adutoras de água, posteamento da rede elétrica e de comunicação.
“Imagine uma rodovia urbana, porque a BR é isso hoje, onde moram em torno mais de 500 mil pessoas e cerca de 60 mil veículos se deslocam diariamente. É intensidade de tráfego próximo das grandes vias do Brasil. Não tem como realizar obra desse nível mantendo o nível de utilização da rodovia. Estamos criando alternativas para o impacto ser o menor possível”, comentou. “Quando a obra estiver pronta, quem vai sentir mais os benefícios são os que usam transporte coletivo. Hoje, de Marituba ao centro, se leva entre duas a duas horas e meia. Com a Nova BR funcionando, será possível fazer uma viagem de 20 minutos em um ônibus expresso até São Brás, e de lá, mais 30, 40 minutos até o centro da cidade. É a metade do tempo que se gasta atualmente”, projeta.
Segurança – Diretor técnico operacional do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), Bento Gouveia, informou que todas as mudanças no fluxo do tráfego estão sendo acompanhadas pelo órgão com medidas preventivas. “Reduzimos a velocidade máxima para 50 km/h, porque entendemos que trata-se de uma via urbana com características de rodovia. Sinalizamos retornos, implementamos faixas de pedestre e ainda um semáforo em frente ao Hospital da Unimed, para aumentar a segurança. Disponibilizamos, ainda, agentes para orientar pedestres e motoristas, e contratamos uma empresa pra operar a engenharia de tráfego garantindo uma mobilidade mais segura a todos”, detalhou.
Morador de Ananindeua, o presidente da Alepa comemorou o avanço visto de perto. “Sou dessa área e sei das dificuldades reais de locomoção para quem mora aqui e precisa ir ao centro todos os dias. É uma obra importantíssima, porque a integração vai mudar a vida das pessoas”, reconheceu Santos.
O auxiliar de topógrafo Darlei Cordeiro tem um motivo a mais para ter bons olhos à Nova BR. Depois de três meses desempregado, ele conseguiu voltar ao mercado de trabalho e atua junto aos mais de 600 funcionários que tornam a requalificação da BR uma realidade. “Acho que quando ficar pronto, vai fazer muita diferença, melhorar a vida de quem mora aqui. E vai dar um orgulho saber que fiz parte disso”, confessou.
Fonte: Agência Pará de Notícias