O governador do Estado de São Paulo, João Doria, reafirmou neste domingo (24) que o Trem Intercidades (TIC) será implantado na Região Metropolitana de Campinas (RMC), mas não deu prazo de quando isso deve acontecer efetivamente.
O governo do Estado deve lançar um chamamento público, ainda este ano, para manifestação de interesse do setor privado na formação de uma Parceria Público Privada (PPP) para a implantação do Trem Intercidades, entre Americana e São Paulo, passando também por Campinas e Jundiaí.
Ainda em janeiro, o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, informou que técnicos da secretaria e do Ministério de Infraestrutura se reuniriam em São Paulo para começar a definir um cronograma de implantação do projeto. O cronograma deveria ter sido divulgado no mês passado. Mas isso não ocorreu.
Doria foi questionado sobre prazos e disse que o processo continua acelerado. “Não houve nenhum recuo. Nós assinamos, inclusive, com o Governo Federal, com o Ministério da Infraestrutura, um convênio para a implantação dos dois trens intercidades. O que vem para a Região Metropolitana de Campinas, estendido até Americana, e o segundo que é no Vale do Paraíba. Não houve nenhuma retração”, afirmou.
No entanto, a Rumo, que administra o trecho ferroviário no Interior, já tem avaliação de que Americana não comporta tráfego adicional de trens na linha que corta a cidade. “Eu não tenho essa informação da Rumo. Ademais, essa é uma decisão nossa. Se a nossa decisão for essa, a Rumo vai ter que tomar o rumo e vai seguir a mesma linha do governo”, declarou o governador.
Ele fez questão de reafirmar que o projeto será implantado. “O programa, ao ser implantado, será com recursos privados. Investimento privado. Inclusive, o ferroanel que nós também anunciamos e vamos colocar em prática. Essa é uma decisão de governo. Nesses quatro anos como governador de São Paulo eu registro aqui mais uma vez que o programa do Trem Intercidades para a Região Metropolitana de Campinas será implantado”, afirmou.
Em nota, nesse sábado (23), a Rumo informou que já foi assinado um termo de compromisso entre a concessionária e o governo do Estado quanto à utilização do trecho entre Jundiaí e Campinas, que tem maior vocação para o transporte de passageiros (por ser contíguo ao trecho da CPTM e também por ter o maior contingente populacional). “O referido trecho tem pequeno tráfego de cargas e pode ser compartilhado”, informou.
Com relação ao trecho de Americana, a empresa não concorda com o compartilhamento da malha ferroviária. “Em trechos de grande densidade de cargas, o compartilhamento se torna inviável. Nesses casos, o mais adequado seria a construção de uma via exclusiva para passageiros, que ficaria a cargo do Estado ou do futuro operador do trem de passageiros”, ressaltou.
Valores
Estimativas iniciais indicavam necessidade de investimentos de R$ 5,4 bilhões para toda a obra, dos quais R$ 1,8 bilhão deve ser investido pelo Estado. O valor, no entanto, será estabelecido na PPP, com base em estudos do Banco Mundial (Bird). O Banco Mundial sinalizou que poderá atuar como parceiro do governo paulista com recursos não reembolsáveis tanto no início do projeto quanto no financiamento da implantação do Trem Intercidades.
Fonte e imagem: Rede TVTEC