Uma comitiva de representantes do governo da Namíbia, na África, e da ferrovia estatal do país, a TransNamib, veio ao Brasil no fim de janeiro para, entre outros, conhecer parte do parque industrial ferroviário brasileiro. Na agenda estiveram visitas à Wabtec, em Contagem (MG), à fabrica da Randon, em Araraquara (SP), e à sede da Aeromóvel/Marcopolo, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
Em 2016, a TransNamib adquiriu sete novas locomotivas GE, fabricadas em Contagem (MG). “As vantagens em se adquirir máquinas e equipamentos no Brasil estão relacionadas à tradição e à confiabilidade dos implementos e produtos fabricados aqui e a proximidade geográfica com a Namíbia”, afirma Ricardo Latkani, representante no Brasil da Walvis Bay Corridor Group, uma Parceria Público-Privada do governo da Namíbia para promover a infraestrutura logística do país. Entre os membros da PPP estão a Transnamib, terminais de contêineres privados e o porto local Walvis Bay – uma das principais portas de entrada de produtos para países da África Austral, como Angola, África do Sul, Zâmbia, Botswana, Zimbabwe, Malawi e Congo.
Segundo Latkani, a Transnamib tem interesse em expandir negociações com empresas ferroviárias no Brasil, principalmente nas áreas de software de gestão de carga, sistemas de segurança e equipamentos de manutenção. “A ferrovia iniciou um grande processo de revitalização em 2016, reativando linhas e adquirindo material rodante. Estamos em meio a esse processo de reformulação e há expectativa de novos investimentos”, ressalta, acrescentando que há projetos de mobilidade urbana sendo discutidos também no país.
Em 2019 foram investidos pela Transnamib US$ 1,2 milhão em reabilitação de frota e reativação de trechos. “O trabalho da ferrovia nos últimos dois anos tem sido reestruturar a administração, reformar linhas antigas vitais para a logística e assim capitalizar e passar para as fases seguintes de investimentos”, explica Latkani, dizendo que o governo ainda não fechou o plano de investimento para os próximos anos na ferrovia, mas afirma que será “robusto”.
A ferrovia da Namíbia tem 2.883 km de extensão, com linhas que atravessam o país. A frota atual é composta por 1.553 vagões, 49 carros de passageiros e 79 locomotivas. Por ano são 1,5 milhão de toneladas transportadas entre produtos químicos, carga geral e equipamentos industriais.
*Da esq. para dir.: Ricardo Latkani, consultor do Walvis Bay Corridor Group; Willem Goemann, vice ministro e diretor executivo do Ministério dos Transportes e Criação de Empregos; Johny M. Smith, CEO da Transnamib; e Mbahupu Hippy Tjivikua, CEO da Walvis Bay Corridor Group
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15 a 18 de abril
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Engenharia Ferroviária
Fonte: Revista Ferroviária