Esperança de expansão do turismo, rodovia ligando Porto Murtinho até a fronteira com a Argentina ficará pronta em junho de 2022
Está chegando o que tanto se espera. Considerada essencial para o funcionamento da rota bioceânica (corredor rodoviário ligando os oceanos Atlântico e Pacífico), a pavimentação do trecho de 227 km da rodovia que liga as cidades de Carmelo Peralta, no lado paraguaio da fronteira com Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, e Loma Plata, na fronteira paraguaia com a Argentina, vai começar entre os dias 15 a 20 deste mês, anunciou o consórcio formado pelas construtoras Queiróz Galvão, do Brasil, e a OchoA, do Paraguai.
Conforme o anúncio do consórcio, as obras de preparação do solo já começaram a partir de Carmelo Peralta com as primeiras cargas de pedras e cimento que servirão de base para as camadas asfálticas. Esta semana as obras consideradas sub base da parte estrutural avançaram mais de 3 km, e se as boas condições climáticas continuarem na região, até o final deste mês começam os primeiros quilômetros de asfalto.
De acordo com o cronograma do contrato, as obras do trecho da rota bioceânica entre Loma Plata, no Departamento de Boquerón, e Carmelo Peralta, do Alto Paraguai, terão investimento público-privado de US$ 421 milhões (R$ 1,6 bilhão) e deverão ser concluídas em junho de 2022. Serão duas frentes de trabalho e a programação prevê que 24 km de asfalto devem ser concluídos até o final de setembro, considerando 12 km a partir de Carmelo Peralta e os outros 12 km desde Loma Plata.
Defendida por empresários e pelos governos estadual e federal, no lado brasileiro, como fundamental para as exportações de produtos agrícolas para a Ásia, a partir dos portos do Chile, no Oceânico Pacífico, a rota bioceânica será um marco importante também para o setor turístico não apenas de Mato Grosso do Sul, mas do Brasil e da América do Sul.
“Para o turismo o início das obras do asfalto dessa rodovia é uma excelente notícia, há muito tempo aguardada com muita expectativa”, disse o presidente da Abav/MS (Associação Brasileira das Agências de Viagens em Mato Grosso do Sul), Cristiano Cicuto.
O setor considera que a rota bioceânica será uma espécie de Rota 66 (famosa rodovia norte-americana que se tornou cenário de filmes), desde Campo Grande até Porto Murtinho, rumo aos mais importantes destinos turísticos chilenos, argentinos e paraguaios, e também no sentido inverso em relação aos destinos turísticos sul-mato-grossenses.
“A rota bioceânica por Porto Murtinho abrirá espaço para a promoção do turismo em Mato Grosso do Sul”, reforça o presidente da CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), o campo-grandense Firmo Henrique Alves, que projeta fazer de Campo Grande o ponto de partida do mototurismo para San Pedro do Atacama, no Chile. “Para isso precisamos que o asfalto da rodovia do lado paraguaio e a ponte da travessia sobre o Rio Paraguai em Porto Murtinho sejam concluídos”, ressaltou ele.
A ponte só em 2023 – Atualmente a travessia do Rio Paraguai entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta é feita de balsa, um tipo de embarcação de fundo chato que opera próximo às margens e em águas rasas. Também fundamental para o funcionamento da rota bioceânica, a ponte de concreto sobre o rio terá 2,5 km de extensão e deverá ficar pronta em 2023.
“O projeto da ponte já foi licitado e a obra está para começar. Acredito que o início da obra ficará definido em uma reunião na próxima semana no Paraguai”, disse o secretario municipal de Turismo de Porto Murtinho, Carlos Heyn, referindo-se a agenda do governador Reinaldo Azambuja na segunda-feira e terça-feira, em Assunção, incluindo encontro com o presidente paraguaio, Mário Abdo Benitez. Pelo que está previsto, a construção da ponte será bancada pela empresa Itaipu Binacional com investimento de US$ 75 milhões (R$ 286 milhões).
Fonte: Campo Grande News