Há quase três anos, tentativa de privatização fracassou por falta de interessados, mas está na mira
O anúncio – no dia 13 de dezembro de 2019 – da instalação de uma unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo fez o Governo do Estado reforçar a necessidade de serem realizadas obras de duplicação na BR-262, entre o município – a 98 quilômetros de Campo Grande – e Três Lagoas – distante 326 quilômetros da Capital.
Há quase três anos a intenção de privatizar a rodovia naufragou por falta de interessados. Na época, o governo pediu R$ 2,5 bilhões para concessão dos 327 quilômetros da BR. Estudos realizadospelo Ministério dos Transportes, à época do processo de concessão, apontavam que o fluxo da BR-262 era de aproximadamente 3 mil veículos/dia em 2015.
Já segundo projeções da pasta, no anteprojeto elaborado em 2017 para licitação da recuperação da via a previsão era de que em 2018 deveriam circular por dia pela rodovia 4.184 veículos, sendo 1.945 automóveis e 2.239 ônibus e caminhões. Deste total de caminhões e ônibus, 1.189 vão ser carretas e bi-trens ou veículos maiores.
Havia a expectativa de aumento do fluxo de caminhões por causa do uso da BR pela Fibria e a Eldorado Celulose, localizadas em Três Lagoas.
Também houve expectativa de fluxo maior de veículos com a criação de pólo moveleiro em Água Clara e desta fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, já esperada desde 2017.
Com a concretização desta proposta e do anúncio de que a Suzano vai adquirir 106 mil hectares no município, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semadro), Jaime Verruck avalia o cenário de forma positivo. “Temos um problema evidente na (BR) 262 que é a questão do tráfego. Tentou-se fazer uma PPP (Parceria Público-Privada) e a ideia é que com esse novo projeto se viabilize a possibilidade. É necessário fazer investimentos, não há como não fazê-los, como a transposição de cidades, temos que mexer muito rapidamente com a capacidade da 262”, destacou.
Verruck explicou que “de Três Lagoas a Água Clara está sendo feita a terceira pista, mas tem que ser completada, tem que ser de Campo Grande a Três Lagoas para suportar volume de carga. Isso é uma preocupação para não montar uma indústria e ter um gargalo logístico”.
Estudos do Departamento Nacional de Infra Estrutura de Transportes (Dnit) apontaram que seriam necessários 28 pontos com a terceira faixa, totalizando 32,06 quilômetros, somente nos 187 quilômetros entre Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo. Sem considerar as travessias urbanas.
RECUPERAÇÃO
No ano passado foi anunciada e assinada a ordem de serviço para as obras de recuperação e modernização da BR 262 ao custo de R$ 150 milhões, sendo a construção do trevo para Santa Rita do Pardo e recuperação de 191,04 quilômetros da rodovia. Além da recuperação da camada asfáltica, a previsão de serem construídos acostamentos e mais 32 quilômetros de terceiras faixas.
Só que novembro de 2018 passado a obra entrou em marcha lenta, quase foi paralisada. Em maio do ano passado foi retomada com várias frentes de trabalho.
Curso
20 a 22 de janeiro
Campo Grande – MS
Dimensionamento de Pavimentos Rodoviários e Urbanos
Fonte: Correio do Estado