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Com obras em expansão, corredor bioceânico gera esperança de futuro promissor aos empresários de MS

Com as obras em andamento e o sonho da Rota Bioceânica cada vez mais perto, os empresários que moram no principal corredor (bioceânico) de Mato Grosso do Sul estão cheios de esperança para ampliar os investimentos, expandir os negócios e viver uma nova realidade econômica, que pode vir com exportação de produtos, turistas estrangeiros e geração de empregos.

Dentro do Estado este corredor parte de Campo Grande (BR-060), segue por Sidrolândia, Nioaque, Guia Lopes da Laguna, Jardim, até chegar em Porto Murtinho, pela rodovia BR-267. Lá segue a construção da ponte binacional, que liga o Brasil ao Paraguai, Argentina e portos chilenos, em direção ao Oceano Pacífico. A previsão é que ela fique pronta no primeiro semestre de 2026.

Neste caminho as oportunidades começam a aparecer. O produtor rural Israel Pereira Vieira tinha lavoura e criação de pecuária na sua fazenda São Clemente em Sidrolândia, quando começou um novo desafio na sua vida, que é promover turismo ecológico na região. Junto com sua família montou um pacote de trilhas e contemplação da natureza, que inclui uma caminhada de 5 km pela mata, até chegar em cinco cachoeiras exuberantes.

Situado bem no percurso da rota, ele espera que esta nova realidade aumente sua clientela e quem sabe traga turistas internacionais para sua fazenda. “Acredito que com a rota o nosso movimento vai aumentar, tenho esta esperança quando ela estiver pronta. A rota vai ser muito boa para nós, tenho ideia até de colocar um restaurante na rodovia, pois faz falta aqui na região, quem sabe até uma borracharia”.

Israel conta que está se preparando para este momento, tanto que já passou por uma capacitação de 240 horas para a função de condutor de turismo, pois é o comandante da trilha. Ele espera investir e ampliar seu negócio.

“Nosso pacote funciona assim, o cliente agenda com antecedência. Chega aqui cedo, ganha um café da manhã pantaneiro (arroz carreteiro, sopa paraguaia e chipa) e segue por uma trilha de 5 km até chegar em cinco cachoeiras. Aproveita para tomar banho e na volta ainda tem almoço. Nosso objetivo em breve é colocar uma piscina e ainda abri um camping para o pessoal acampar. O turista respira ar puro, tem contato com a natureza e sai de alma lavada”.

Caminho promissor

O município de Jardim é um dos eixos principais do corredor bioceânico dentro do Mato Grosso do Sul. O escoamento de produtos e turistas vão passar pela cidade para seguir a Porto Murtinho. Com este cenário positivo, os empresários da região estão confiantes no crescimento da economia e expansão das vendas.

Alberto Galassi Duarte representava uma multinacional do setor agropecuário, quando percebeu que a empresa não atendia algumas demandas, como rações, proteicos e energéticos para pecuária. De olho nesta oportunidade abriu sua própria empresa (Galassi Nutrição Animal) em Jardim que preenchia esta lacuna. Atualmente tem estrutura e logística para atender os produtos da região. A Rota Bioceânica é a “cereja do bolo” e a certeza de um futuro promissor.

“Este é um fator que gera muito entusiasmo e otimismo na gente, tem uma visão clara que o Governo do Estado está fazendo sua parte e caminhado na direção certa para viabilizar a rota. Jardim faz parte deste corredor, uma cidade que Deus colocou no centro deste trajeto. Fica claro para nós o tamanho da oportunidade aberta ao setor empresarial. Vamos fazer parte deste ciclo para desfrutar das condições. Nós vislumbramos também exportar nossos produtos para nossos vizinhos paraguaios”.

De olho nas novas tecnologias e no impacto ambiental, Zadrick Mendonça fundou a startup “Óleoponto”, que fornece um sistema de reciclagem de óleo que é normalmente é descartado em pias, ralos e bueiros. Empresário de Jardim, ele abriu este negócio sustentável e pensa em expandir a iniciativa com o corredor bioceânico.

“Eu inventei uma máquina inteligente que coleta óleo de cozinha. Desenvolvemos a tecnologia e participamos inclusive da COP26, no ano de 2022 por esta iniciativa. Hoje ela está em operação no Rio de Janeiro e estamos trazendo ao Estado. Com a rota podemos visualizar estas oportunidades. Os empresários da cidade estão se preparando para esta realidade. Aqui antes era uma rota de fim de linha, agora viramos o centro para exportações e seremos protagonistas”, avalia Zadrick.

Porta de entrada

Porto Murtinho é a porta de entrada e saída da Rota Bioceânica. A cidade estratégica que liga Mato Grosso do Sul e o Brasil por este corredor que vai sair no Oceano Pacífico e encurtar o caminho aos mercados asiáticos. No local se concentra uma das principais obras deste projeto, que é a ponte binacional.

A estrutura financiada por Itaipu Binacional, terá 1.294 metros de comprimento e 29 metros de altura em relação ao leito do rio Paraguai. O seu orçamento é de U$$ 85 milhões. Ela está sendo construída na fronteira entre Porto Murtinho e a cidade de Carmelo Peralta, no Paraguai. Neste momento mais de 65% dos trabalhos já foram concluídos.

A expectativa é que fique pronta no primeiro semestre de 2026. São 400 homens trabalhando na estrutura. Os viadutos já foram finalizados e os pilares (implantados) já passaram de 60% tanto do lado brasileiro, como o paraguaio.

Neste momento está sendo feito o balanço sucessivo da ponte de 350 metros, que é uma particularidade que diferencia a obra das demais. Este é um método de construção que consiste em avançar segmentos de concreto, chamados aduelas, até cobrir o vão necessário.

“Os trabalhos estão em pleno vapor, com mais de 400 pessoas disponível para obra. É uma estrutura que vai unir o Brasil ao Paraguai, Argentina e Chile. Ela representa integração, desenvolvimento e prosperidade”, garante Douglas Oliveira Pereira, gerente de produção da ponte binacional.

Na cidade também segue em andamento a obra de acesso à ponte binacional. Esta alça começa pela rodovia BR-267 até a entrada da ponte. Neste trecho serão pavimentados 13 km, dispondo ainda da construção de um centro aduaneiro, trabalho de terraplanagem e acesso elevado à estrutura binacional. O investimento será de R$ 472,4 milhões por parte da União, sendo a principal obra do lado brasileiro.

No olho do furacão

Para quem mora em Porto Murtinho, a cidade sempre foi vista como “fim de linha”, o último caminho que termina no Rio Paraguai. No entanto o corredor bioceânico mudou esta realidade e “acendeu a chama” para quem deseja empreender ou ampliar seu negócio. Estar no “olho do furacão” para colher os frutos do futuro.

Bruna Coelho morava em Brasília e resolveu mudar para Porto Murtinho em 2019 por motivos pessoais. No começo fazia sua mala e saia para vender roupas pela cidade. O negócio cresceu e ela resolveu desenhar os modelos e fazer sua própria coleção de pijamas personalizados, que podem ser usados durante todo o dia. Com uma loja na Capital e outra na fronteira, conseguiu levar seus produtos até o Chile, antecipando a integração que vai ocorrer com a rota.

“Desenvolvemos várias coleções, entre ela a do Pantanal, que deu muito certo. Nossos pijamas são usados como look, para sair na rua e passear, tanto para homens como mulheres. Comecei a ser chamada para muitos eventos e desfiles em 2023, até chegar em Iquique (Chile), em uma ação junto com o Sebrae, onde consegui fazer minhas primeiras vendas no país”, afirmou Coelho.

Ela espera investir ainda mais na loja de Murtinho, inclusive abrindo a sua própria produção das roupas. “Estamos no portal da rota, tenho planos de montar esta produção, que vai nos favorecer com a logística em relação aos custos. Também queremos abrir novas unidades na Capital e em Bonito”.

Além do mercado empresarial, o turismo também terá espaço neste cenário promissor. Annice Diaz abriu uma agência de viagens e resolveu fazer pacotes de ida e volta, para trazer grupos de turistas sul-americanos ao Mato Grosso do Sul e também levar os brasileiros a cidades importantes dos países vizinhos. A ponte binacional vai ser o “passaporte premiado” que faltava neste cenário.

“Sou turismóloga de formação, sempre tive o sonho de criar uma agência de viagens, criar roteiros e atender os turistas daqui além da pesca, mas mostrando o lado da história, cultura e belezas naturais. Já fizemos o cicloturismo, onde seguimos por enquanto de balsa, atravessa para Carmelo Peralta e dali seguimos de bicicleta até a construção da ponte. Depois voltamos com um roteiro contemplando as belezas naturais”, conta Diaz.

Annice destacou que muitos turistas paraguaios já vieram para o Estado por meio da sua agência para conhecer Porto Murtinho, até chegar em Bonito. “Tivemos por exemplo a turma de menonitas, que são colônias alemãs instaladas no Paraguai e vieram para Bonito. Outros grupos já me procuraram para Dourados, Jardim e Campo Grande. A rota vai ser uma grande oportunidade. Vou fortalecer minha agência, buscar parcerias e criar novos produtos agregados. Porto Murtinho é uma cidade com muito potencial”.

Já o empresário Neodi Vicari abriu três empreendimentos na entrada de Porto Murtinho. Além do posto de gasolina, também instalou um restaurante e um espaço de triagem e estacionamento dos veículos de carga, com a capacidade de 400 carretas. O principal negócio do grupo é a Mecari Distribuidora, que é em Campo Grande, que é uma das 50 maiores atacadistas de material de construção do Brasil.

Fonte: Governo de MS

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