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Alargada, “Estrada da Morte” vira “Rodovia da Soja”

Passei as duas últimas semanas de novembro no interior do Piauí. Aproveitei minhas férias para participar de eventos culturais em vários municípios: Valença, Picos, Oeiras, Bom Jesus e Parnaíba, indo de Sul a Norte do Estado. Também visitei outros com outros objetivos.

Faço essa viagem periodicamente, para me inteirar também do que acontece no Piauí real.

Rodei agora 3.450 quilômetros e fiz alguns registros que serão compartilhados nos próximos dias, aqui neste espaço.

Abro a série de reportagens com a BR-135, conhecida até bem pouco tempo como a “Estrada da Morte”.

A rodovia liga o Norte do Maranhão a Minas Gerais, passando pelo Piauí – em um trecho de aproximadamente 700 quilômetros – e pela Bahia.

O trecho mais perigoso da estrada, entre os municípios de Eliseu Martins e Bom Jesus, no Sul do Piauí, no coração dos Cerrados, chegou a registrar mais de 100 acidentes violentos apenas no ano passado.

Situação crítica

Eu tinha andado nessa estrada pela última vez em junho de 2015, quando fui de Teresina até o município de Corrente, no Extremo-Sul do Piauí, a uma distância de 900 quilômetros.

Em junho do ano passado, o Indicador de Qualidade das Rodovias Federais, divulgado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), oficializava a BR-135 como a pior rodovia do Piauí.

A estrada obteve Índice de Condição da Manutenção (ICM) péssimo entre todos os trechos vistoriados pela pesquisa.

Mas já em 2015, nos anos anteriores e nos seguintes, a própria Polícia Rodoviária Federal apontava a BR-135 como crítica, sem acostamento e com desníveis de até 30 centímetros na pista.

Nessas condições, os carros que saíam da pista acabavam capotando inevitavelmente e provocando muitas tragédias.

Na pista sem acostamento, cruzavam carretas bitrens carregadas de grãos, caminhões, ônibus e carros de passeio, além de motos.

A reestruturação

Em junho passado, o Governo Federal, através do Ministério da Infraestrutura e do Dnit, começou a executar obras emergenciais para corrigir o problema, entre os municípios de Eliseu Martins e Bom Jesus, um trecho de 155 quilômetros.

O trecho que apresenta maiores riscos abrange 400 quilômetros e sua recuperação pode custar R$ 300 milhões.

O prefeito de Bom Jesus, Marcos Elvas (PSDB), informou que acima de seu município, em direção ao Extremo-Sul, o Dnit já fez intervenções nos pontos mais críticos, melhorando as condições de tráfego e de segurança da estrada.

Tragédias

De fato, comparada com a situação de 2015, a BR-135 hoje é outra. Também conhecida como a antiga Transpiauí, a rodovia é um tapete só entre Eliseu Martins e Bom Jesus, com bom acostamento e boa sinalização.

Mesmo assim, ela continua registrando altos índices de acidentes com mortes.

De acordo com um balanço feito pela PRF, em 2019 houve diminuição no número de desastres, porém o total de ocorrências com vítimas graves e mortes aumentou.

Em 2018, foram registrados 110 acidentes na rodovia, contra 97 neste ano, ou seja, houve uma redução de quase 12%.

Mas, o número de acidentes graves, envolvendo mortes e feridos aumentou de 39, em 2018, para 44, até outubro de 2019.

O levantamento da PRF mostrou também que grande parte dos acidentes tem como causa a falta de atenção dos motoristas.

Força-tarefa

A bancada federal do Piauí, à frente os senadores Ciro Nogueira (PP), Elmano Férrer (Podemos) e Marcelo Castro (MDB), fez uma espécie de força tarefa para conseguir recursos para o alargamento da rodovia.

O presidente Jair Bolsonaro tomou a frente do problema e, em julho, postou em sua conta no Twitter uma mensagem sobre os serviços de melhoria na estrada:

“A BR 135, que liga Eliseu Martins a Bom Jesus, no Piauí, está sendo alargada. O Capitão Tarcísio, Ministro da Infraestrutura, em breve inaugurará essa obra, hoje conhecida como Rodovia da Soja.”

Para alegria dos usuários da estrada e dos moradores dos municípios cortados por ela, os serviços de melhoria da BR continuam, mas há de se destacar que a parte já executada ocorreu de forma relativamente rápida, para o padrão do ritmo das obras públicas do Brasil.

Diante do que se vê, hoje, na BR-135, é inevitável repetir o velho bordão  que ficou conhecido nas campanhas eleitorais do Piauí: “Por que não fizeram antes?”

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Fonte: Cidade Verde

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