Jurana Lopes
Especial para o Jornal de Brasília
A análise da pavimentação asfáltica do Distrito Federal, feita por um laboratório-móvel, será incluída em um relatório para mapear a situação das vias. O diagnóstico ainda não tem data prevista de conclusão.
O laboratório é uma iniciativa do Tribunal de Contas do DF (TCDF), em parceria com o TC de Goiás (TCGO), que faz um treinamento específico para seus auditores. Ontem, os participantes do curso fizeram testes in loco na 610 Norte.
Segundo o especialista Elci Pessoa Júnior, também professor do curso dirigido aos auditores, o resultado da análise da qualidade do asfalto vai apontar se o pavimento é seguro, se tem qualidade e se o valor que foi investido realmente foi utilizado de maneira correta.
Os resultados serão utilizados para a auditoria do TCDF. As análises passarão por regiões que receberam nos últimos anos o programa Asfalto Novo, do GDF. “Caso fique comprovado que o nível de qualidade do asfalto é ruim, as possíveis soluções podem ser a demolição e reconstrução, reforços na áreas não tão críticas ou até mesmo um estorno de dinheiro para os cofres do GDF”, esclarece.
Diferenças entre as medidas obtidas em campo e as quantidades projetadas podem representar impactos financeiros de milhares de reais no custo final de uma obra. “Numa estrada de 30 km, por exemplo, a diferença de apenas meio centímetro na espessura da camada asfáltica pode ter um impacto de mais de R$ 500 mil no custo final da obra”, explica.
Em nota, a Novacap, responsável pelo programa Asfalto Novo, informou que, se chamada para prestar esclarecimentos, a empresa vai responder a todos os questionamentos diretamente ao TCDF.
Qualidade do asfalto
Os motoristas da capital reclamam do pavimento. É o caso da servidora pública Nilza Custódio, 55 anos: “O asfalto está péssimo. Eu sou obrigada a dirigir desviando dos buracos”. Ela confessa que, durante um período, a situação tinha melhorado, mas que, com a chuva, piorou de vez. “A verdade é que o asfalto é ruim em todas as cidades do DF, e o governo deveria investir em uma pavimentação de qualidade, que não crie buracos com as primeiras chuvas”, complementa. E é essa a ideia dos trabalhos feitos com o laboratório-móvel.